Perspectiva de aumento de safra alimenta esperança de cafeicultores baianos

Aposta em um ano produtivo e lucrativo
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Produto tipicamente brasileiro, o País detém a maior produção mundial de café, contando com a participação expressiva da agricultura familiar, juntamente com o agronegócio, a grande empresa do setor”. Essa foi a afirmação do secretário da Agricultura, Jairo Carneiro, na abertura da 15ª edição do Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), realizada nesta segunda-feira (24), em Salvador. O Estado possui aproximadamente 22 mil produtores, dos quais 92,6% são pequenos agricultores, com menos de 10 hectares, e 6,8% com menos de 100 hectares. Os demais 0,6% são grandes produtores, com mais de 100 hectares, responsáveis por 46% da produção, com produtividade de 33 sacas/hectare, enquanto os pequenos produzem em média 13 sacas por hectare. O secretário da Agricultura ponderou que, “tivemos perdas consideráveis em função da seca que atingiu as diversas culturas, notadamente os grãos, mas estamos experimentando a recuperação da lavoura cafeeira e dos preços do grão”, disse.

De acordo com o presidente da Assocafé, João Lopes, após três anos de declínio, os preços começaram a subir e devem continuar nesta tendência por algum tempo. Ele destaca que, para a safra 2013/2014 está sendo esperada uma produção próxima de 2 milhões de sacas de café. “Essa é uma produção um pouco abaixo do normal, já que há dois anos a safra atingiu 2,5 milhões de sacas, mas diante da seca e do preço baixo grão, os números são animadores”, afirmou Lopes.

Para o governador do Estado, Jacques Wagner, organizar os pequenos produtores é o mais importante. “É imprescindível cuidarmos tanto do agronegócio como do pequeno produtor, porque o pequeno pode ser o grande empresário de amanhã, organizando-se em cooperativa. Um exemplo muito bem sucedido é o caso da cooperativa de café de Guaxupé, Minas Gerais, que possui 12 milhões de cooperados e acabou se transformando numa grande empresa”, ressaltou o governador. Ele também chamou a atenção para a importância do investimento em armazenagem, para que os produtores fiquem menos vulneráveis às oscilações dos preços.

Além das grandes empresas do agronegócio do café premiadas como destaque em 2013, o pequeno produtor, Eufrázio Lima (55), da região de Barra do Choça, foi homenageado durante o evento. Produtor de café há 18 anos, proprietário da Fazenda Sítio Boa Vista, com área produtiva atual de 4,5 hectares, Euzébio ganhou o primeiro lugar em qualidade de café. “Por conta destas últimas chuvas, mais intensas e bem distribuídas, a expectativa para a safra 2014/2015 é de crescimento. Este prêmio é demonstração que o amor do pequeno cafeicultor pela produção de café não é em vão”, comemorou o pequeno produtor.  

Com o tema “A força de uma nação”, que resgata a importância histórica e econômica do café na Bahia e no Brasil, o Agrocafé segue até o dia 26 de março, no Bahia Othon Palace Hotel, trazendo discussões sobre produção e o consumo do café na Bahia e no Brasil. Técnicas de produção, mercado, marketing, tendências para a cafeicultura, e ainda abordagem específica da agricultura familiar, são alguns dos tópicos que serão abordados durante os três dias de evento, distribuídos em painéis, seminários e minicursos, realizados simultaneamente e comandados por alguns dos especialistas do agronegócio do café brasileiro.